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segunda-feira, 25 de outubro de 2010


                                                          III Capitulo






         O grupo das amigas, foi se apresentar, no festival de moda e cultura, que também tinha um espaço para apresentação do concurso de dança que era o mais importante para elas, ali se apresentavam todo o ano.
        Como era de esperar, elas, pela segunda vez levaram o primeiro lugar. E foram para o palco novamente apresentar a dança que lhes deu o titulo. Era só felicidade!
       Foram meses de ensaio. As bailarinas pareciam brilhar tamanha alegria! Dava gosto de ver aquelas meninas dançando!
      Enquanto isso, um grupo de bandidos rendeu o organizador do evento, levando todo o dinheiro da bilheteria e o rapaz como refém.
      Um dos bandidos, com aproximadamente 28 anos, ficou fascinado pela beleza de Lirity quê, mais parecia uma boneca dançando naquele palco, parecia ter até se esquecido do assalto em andamento. Não se parecia com os outros da sua turma, não tinha uma aparência desagradável. Apesar de cansados seus olhos tinham um brilho especial. Parecia um anjo caído em lugar errado. De repente se ligou, como se acordasse, e foi encontrar com os outros.
        Ao fim da apresentação, sem saberem do ocorrido, as meninas, muito felizes com o sucesso da apresentação, foram para o ônibus que as levaria para casa, e ao chegarem, foram surpreendidas ao encontrarem o organizador do evento acompanhado dos assaltantes.
     Lirity, que vinha um pouco mais atrás, deparou-se com suas amigas muito assustadas, ameaçadas sob a mira de revólveres. O que estaria acontecendo ali?
Instintivamente, ela começou a gritar com o motorista, que aparentava ser o chefe do bando, pois nunca havia passado por tal situação, nem em sonhos. Ele, ao ouvir os gritos estridentes da menina, ficou muito nervoso. Parecia ser muito bruto e impaciente e, quando já ia dar uma coronhada na cabeça dela, foi impedido pelo seu comparsa que, há poucos instantes estivera encantado pela beleza da dançarina. Disse ele:
     - Não faça isso! Ela é só uma criança assustada. Vamos logo embora antes que a policia baixe por aqui!
      O chefe, muito nervoso, respondeu:
      -Então cale a boca dessa vadiazinha, se não ela vai ser a primeira a morrer.
      O Homem, levando a menina para o fundo do ônibus, falou baixinho em seu ouvido:
     -Calma docinho, eu protejo você. Não vai te acontecer nada; nem com você nem com as outras. Eu só preciso que você se acalme e me ajude a tomar conta de suas amigas.
    Os homens apontaram suas armas para a cabeça das meninas as forçando a se abaixarem no ônibus, e durante algum tempo ficaram nessa posição. Estavam desesperadas, há poucos instantes estavam radiantes e agora isso. Não sabiam o que se passava e na cabeça delas iriam morrer. Era apavorante! Lembravam do dia maravilhoso que tiveram e da felicidade que aqueles brutos estavam arrancando delas.
       Envoltas pelo terror, as meninas perceberam quando o ônibus parou. Então o chefe os levou para o meio do mato, em um lugar muito distante, vendando seus olhos para que elas não pudessem identificar o local.
      Ao cair da noite, o bando, empolgados com o aparente sucesso do assalto/seqüestro, bebiam e se drogavam, e as meninas e o promolter ficaram em um canto amarrados, e vigiados sempre por um deles. Choravam muito e, sempre, eram repreendidas para que calassem.
      Ao olhar para Lirity o chefe percebeu que, muito assustada, tremia da cabeça aos pés. Com a face desfigurada pelo efeito da bebida e das drogas, o criminoso disse a ela: Agora gatinha vou te ensinar a ser mulher. Vem aqui com o tio. E puxou a menina com força para perto dele. Ela gritava, chorava e em sua cabeça vieram vários pensamentos ruins. O que lhe aconteceria? Seus sonhos de menina seriam arrancados de maneira tão cruel? Ela em seu intimo sempre sonhara em casar com alguém especial a quem entregaria seu corpo. Se guardava para ele até então, e de repente aquele sujo a tocaria e destruiria toda a sua viva. O que fez para merecer isto? Preferia que ele a matasse, a ser tocada por aquele porco.
     Então o seu protetor correu e segurou o braço do chefe e falou: Hei patrão... Você está me devendo uma. Lembra? Eu quero essa garota pra mim. Me entregue ela e ficaremos quites. Aí o chefe olhou bem para a menina e disse: Salva pelo gongo, agora se eu ouvir um gemido te arranco dele e de esquartejo.
     Seu protetor a levou para a barraca dele, a deitou no chão e a abraçou.
     Ela chorava e tremia muito, ele então lhe tampou a boba e disse no ouvido:
    - Docinho, por favor, pare de chorar. Eu não vou fazer nada com você. Só estou tentando te proteger. Agora durma. Não vou te tocar, só vou ficar aqui do seu lado. Qual é sue nome?
    - Lirity.
    Que cheiro bom tem seu cabelo.
    A menina ficou em silêncio, mas tremendo muito. Tinha medo dele, mas de alguma maneira, confiava naquele homem. Ele não parecia em nada com os outros, mas, estava ali e era um deles. Por que a protegia? O que estava querendo com ela? Seu olhar lhe passava confiança, mas, ate que ponto se confiaria em um bandido? Será que ele teria alma? Ou só estava a esperando dormir, para aproveitar-se dela? De qualquer maneira ela não dormiu; nem ele.
     No dia seguinte, seu protetor foi conversar com o chefe, e as meninas ficaram juntas, com um dos bandidos apontando uma arma para elas.
    Logo depois ele voltou, e disse para elas apanharem suas coisas, que seriam libertas, e que só ficariam com o rapaz. As garotas juntaram suas coisas. Ele lhes vendou os olhos (menos o de Lirity) e começaram a descer a floresta a pé.
    No meio do caminho ele a puxou para longe das amigas e a entregou um celular. Disse que quando chegassem na cidade ela ligasse para um numero de emergência que estava gravado ali, e a policia viria as resgatar. Pediu que não entregasse o esconderijo , pois ela era a única que saberia voltar lá, nem o telefone, que se alguém perguntasse dissesse que o celular ela dela.
   Pâmela, que estava de olhos vendados, perguntou o que ele disse, pois o ouviu cochichando. Lirity respondeu que ele só falou para ela não reagir. Não contou o que havia se passado na véspera, que não estava vendada, nem o que ele disse; pois ele há vigiava o tempo todo, e ainda estava confusa e com medo.
    Então ele olhou pra ela e a abraçou, cheirou os seus cabelos, acariciou seu rosto, e falou baixinho: Agora vá, leve suas amigas. Nunca largue esse celular.
    Tremendo muito, ela deu a mão para as amigas e as conduziu até a entrada da cidade. O caminho era bastante inclinado e tinha muitas árvores, mas como estava vendo, ficou um pouco mais fácil. Ao sair da floresta ligou para o numero de emergência e ficaram aguardando o resgate da policia. Enquanto isso o telefone tocou. Ela afastou-se do grupo e atendeu. Era ele.
     - Lirity, eu te encontro, se você quiser. É só você atender quando eu te ligar.
Ela olhou para o mato e lá estava ele, olhando para ela, com um sorriso. Nunca havia visto um sorriso tão lindo, era realmente sedutor, e seu olhar, parecia a envolver. Ele virou e partiu.
    Naquele momento ela perdeu todo o medo, sentiu uma atração muito forte por aquele homem, que avia a protegido o tempo todo. Queria correr para os braços dele, e deixar que a tocasse, e que cheirasse novamente os seus cabelos. Sentiu saudades de um desconhecido, que não era bom, mas também para ela não era um bandido. Confundiu todos os seus sentimentos, já não sabia o que era certo nem errado. Como poderia estar atraída por um seqüestrador? Jamais! Isso não era certo mas estava acontecendo. O que estava acontecendo? Nunca havia sentido isso antes. Deve ser o choque que esta afetando minha cabeça, pensava. Seu coração estava acelerado e suas mãos suavam. Então se juntou novamente ao grupo
     A policia chegou, e ela mentiu. Disse que seus olhos também estavam vendados e que não sabia explicar de que lado vieram, e que o celular que ligou era dela. Pâmela achou estranho, pois a amiga nunca teve um telefone, mas não poderia a desmentir.
      Ela nunca faria algo que a prejudicasse. Desde que se tornaram amigas sempre a protegeu, e achou que ela tinha um motivo importante para ter mentido.
     Ao chegarem na delegacia encontraram seus pais, e todos os procedimentos policiais foram providenciados, o que durou horas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010





                                                                 II capitulo







             Lirity, aos 17 anos, e suas amigas, todas da mesma faixa etária, formavam um grupo de dança no colégio desde o primeiro ano do ensino médio. As meninas quase sempre ganhavam os concursos, pois, ensaiavam muito durante todo o ano. Lirity principalmente. Como dançava bem! Parecia realmente ter nascido pra isso! Apesar de ser pequena e magrinha, era linda! Sua pele era branca, seus cabelos negros e seus olhos azuis. Ela se destacava no grupo. Também estudava muito, era bolsista no colégio e não poderia deixar suas notas caírem. Poderia perder a bolsa e sairia do grupo, e isso era o que mais temia, pois dançar era seu único prazer. Não era de sair pra balada, e ainda não havia se interessado por nenhum menino.
           Era a filha mais velha entre três irmãos. Seu pai, Sr. Mauricio, trabalhava como vigia noturno e sua mãe, Dona  Margareth, era costureira. Inclusive era ela quem confeccionava as roupas do grupo de dança. Desta forma podia pagar as usadas por sua filha nas apresentações.
A renda da família era muito pequena. Não sobrava nenhum dinheiro pois, além das despesas normais ainda tinha despesas com material escolar.
          Dona Margareth, apesar das dificuldades, fazia gosto de ver sua filha mais velha tão estudiosa. Dentre os três, foi a única que consegui a bolsa de estudos num dos melhores colégios de Santa fé.
          Seu pai também se orgulhava. Dizia sempre, com um olhar duvidoso: Essa aí vai ser Doutora!... Mas, às vezes acho é que vai ser bailarina mesmo! Não sei se gosta mais de estudar ou de dançar. Acho que só estuda pra dançar. Não vejo essa menina fazendo outra coisa. As outras da sua idade, até mesmo sua irmã mais nova, vivem falando de meninos, de bailes, de moda, e de festas. Ela não. Quando não está estudando está dançando. Nunca nem me pediu para sair à noite!
          Sua mãe até que achava bom a filha ser assim, pois, estando ocupada com outras coisas não tinha tempo para pensar “bobagens”.
         A única preocupação da mãe era o fato de não saber nada sobre a vida intima da filha, queria que a filha se abrisse mais com ela e lhe contasse mais de sua vidinha. Queria que ala agisse um pouco como Letícia, sua irmã mais nova, que aos onze anos era tagarela, e até sobre um beijo roubado já tinha lhe falado. Na verdade Dona Margareth sabia que a filha mais velha só se abria de verdade com Pâmela, sua melhor amiga e colega de classe. Não era de conversar nem com Leandro seu irmão, apenas um ano mais novo do que ela.
        Pâmela era filha única e cuidava de Lirity como se fosse sua irmãzinha, pois era alguns meses mais velha. As amigas moravam em bairros distantes e se conheceram quando foram estudar no Prof°. Moraes, uns dos melhores colégios de Santa Fé.
      Ao contrario da família de Lirity a de Pâmela tinha uma situação financeira confortável, apesar das diferenças as duas garotas se relacionavam muito bem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Lirity


                                                                        
       I capitulo





         Santa fé era uma cidade de médio porte, situada no interior paulista. Era muito conhecida por ter em seu território uma das maiores fabricas têxteis do pais. Tinha também grandes empresários da moda e, anualmente um evento grandioso de moda e cultura, onde haviam vários desfiles e apresentações de teatro e música. Estandes de lojas grandes e famosas e restaurantes da região. Nessa época circulavam pela cidade vários artistas e modelos entre os turistas. Lá também se localizava uma área muito grande de mata nativa preservada.
        Santa Fé apresentava características sociais comuns à todas cidades de médio porte. Haviam alguns problemas relativos a educação e saúde.
       A camada social menos favorecida, embora não usufruísse de muito conforto, não chegava à miséria. A periferia da cidade possuía saneamento básico. Suas ruas eram asfaltadas e sempre limpas.
A classe media tinha muito conforto e excelentes escolas.
As pessoas de maior poder aquisitivo gozavam de muito luxo. Habitavam casarões que pareciam cenários de novela.
       A cidade era realmente um ótimo lugar para se viver, e todos tinham esperança de que ainda seria melhor no futuro. Principalmente a saúde dos menos favorecidos, que enfrentavam filas lentas para o atendimento medico.
       Não era um lugar difícil de viver. Pelo contrario. Alem dos eventos de moda e cultura e da mata preservada, que era um atrativo para turistas, haviam parques com fontes de águas quentes. O clima era muito agradável, e a noite era muito badalada, com bares e boates de primeira linha que encantavam quem as visitassem.